«Jerusalém, Jerusalém, […] quantas vezes Eu quis reunir os teus filhos»

A cruz de Cristo é o suporte do gênero humano; é sobre essa coluna que se ergue a nossa morada. Quando falo da cruz, não me refiro à madeira, mas à Paixão. Essa cruz está tanto na Bretanha quanto na Índia, e em todo o universo. […] Feliz aquele que traz, no coração, a cruz e a ressurreição, assim como o lugar do nascimento e o lugar da ascensão de Cristo. Feliz aquele que possui Belém dentro de si, no coração onde Cristo nasce todos os dias. […] Feliz aquele em cujo coração Cristo ressuscita diariamente, porque todos os dias faz penitência por seus pecados, até mesmo os mais leves. Feliz aquele que, todos os dias, se eleva do Monte das Oliveiras ao Reino dos Céus, onde abundam as oliveiras e de onde irrompe a luz de Cristo […]

Não devemos nos felicitar por termos estado em Jerusalém, mas por termos vivido bem em Jerusalém. A cidade que devemos procurar não é aquela que matou os profetas e derramou o sangue de Cristo, mas aquela que é alegrada por um rio impetuoso (cf. Sl 46,5), aquela que, construída no alto de uma montanha, não pode ser ocultada (cf. Mt 5,12), aquela que o apóstolo Paulo proclama como mãe dos santos, e na qual ele se alegra em habitar com os justos (cf. Gl 4,26-27).

São Jerônimo (347-420)
Tratado sobre o salmo 95; Carta 58,2-4: PL 22, 580
Fonte: Evangelho Cotidiano

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